quinta-feira, 8 de julho de 2010

Conto de escola (Machado de Assis)

Conto de escola

A escola era na Rua do Costa, um sobradinho de grade de pau. O ano era de 1840. Naquele dia — uma segunda-feira, do mês de maio — deixei-me estar alguns instantes na Rua da Princesa a ver onde iria brincar a manhã. Hesitava entre o morro de S. Diogo e o Campo de Sant’Ana, que não era então esse parque atual, construção de gentleman, mas um espaço rústico, mais ou menos infinito, alastrado de lavadeiras, capim e burros soltos. Morro ou campo? Tal era o problema. De repente disse comigo que o melhor era a escola. E guiei para a escola. Aqui vai a razão.
Na semana anterior tinha feito dois suetos, e, descoberto o caso, recebi o pagamento das mãos de meu pai, que me deu uma sova de vara de marmeleiro. As sovas de meu pai doíam por muito tempo. Era um velho empregado do Arsenal de Guerra, ríspido e intolerante. Sonhava para mim uma grande posição comercial, e tinha ânsia de me ver com os elementos mercantis, ler, escrever e contar, para me meter de caixeiro. Citava-me nomes de capitalistas que tinham começado ao balcão. Ora, foi a lembrança do último castigo que me levou naquela manhã para o colégio. Não era um menino de virtudes.
Subi a escada com cautela, para não ser ouvido do mestre, e cheguei a tempo; ele entrou na sala três ou quatro minutos depois. Entrou com o andar manso do costume, em chinelas de cordovão, com a jaqueta de brim lavada e desbotada, calça branca e tesa e grande colarinho caído. Chamava-se Policarpo e tinha perto de cinqüenta anos ou mais. Uma vez sentado, extraiu da jaqueta a boceta de rapé e o lenço vermelho, pô-los na gaveta; depois relanceou os olhos pela sala. Os meninos, que se conservaram de pé durante a entrada dele, tornaram a sentar-se. Tudo estava em ordem; começaram os trabalhos.
— Seu Pilar, eu preciso falar com você, disse-me baixinho o filho do mestre.
Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinqüenta minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro. Reunia a isso um grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes. O mestre era mais severo com ele do que conosco.
— O que é que você quer?
— Logo, respondeu ele com voz trêmula.
Começou a lição de escrita. Custa-me dizer que eu era dos mais adiantados da escola; mas era. Não digo também que era dos mais inteligentes, por um escrúpulo fácil de entender e de excelente efeito no estilo, mas não tenho outra convicção. Note-se que não era pálido nem mofino: tinha boas cores e músculos de ferro. Na lição de escrita, por exemplo, acabava sempre antes de todos, mas deixava-me estar a recortar narizes no papel ou na tábua, ocupação sem nobreza nem espiritualidade, mas em todo caso ingênua. Naquele dia foi a mesma coisa; tão depressa acabei, como entrei a reproduzir o nariz do mestre, dando-lhe cinco ou seis atitudes diferentes, das quais recordo a interrogativa, a admirativa, a dubitativa e a cogitativa. Não lhes punha esses nomes, pobre estudante de primeiras letras que era; mas, instintivamente, dava-lhes essas expressões. Os outros foram acabando; não tive remédio senão acabar também, entregar a escrita, e voltar para o meu lugar.
Com franqueza, estava arrependido de ter vindo. Agora que ficava preso, ardia por andar lá fora, e recapitulava o campo e o morro, pensava nos outros meninos vadios, o Chico Telha, o Américo, o Carlos das Escadinhas, a fina flor do bairro e do gênero humano. Para cúmulo de desespero, vi através das vidraças da escola, no claro azul do céu, por cima do Morro do Livramento, um papagaio de papel, alto e largo, preso de uma corda imensa, que bojava no ar, uma coisa soberba. E eu na escola, sentado, pernas unidas, com o livro de leitura e a gramática nos joelhos.
— Fui um bobo em vir, disse eu ao Raimundo.
— Não diga isso, murmurou ele.
Olhei para ele; estava mais pálido. Então lembrou-me outra vez que queria pedir-me alguma coisa, e perguntei-lhe o que era. Raimundo estremeceu de novo, e, rápido, disse-me que esperasse um pouco; era uma coisa particular.
— Seu Pilar... murmurou ele daí a alguns minutos.
— Que é?
— Você...
— Você quê?
Ele deitou os olhos ao pai, e depois a alguns outros meninos. Um destes, o Curvelo, olhava para ele, desconfiado, e o Raimundo, notando-me essa circunstância, pediu alguns minutos mais de espera. Confesso que começava a arder de curiosidade. Olhei para o Curvelo, e vi que parecia atento; podia ser uma simples curiosidade vaga, natural indiscrição; mas podia ser também alguma coisa entre eles. Esse Curvelo era um pouco levado do diabo. Tinha onze anos, era mais velho que nós.
Que me quereria o Raimundo? Continuei inquieto, remexendo-me muito, falando-lhe baixo, com instância, que me dissesse o que era, que ninguém cuidava dele nem de mim. Ou então, de tarde...
— De tarde, não, interrompeu-me ele; não pode ser de tarde.
— Então agora...
— Papai está olhando.
Na verdade, o mestre fitava-nos. Como era mais severo para o filho, buscava-o muitas vezes com os olhos, para trazê-lo mais aperreado. Mas nós também éramos finos; metemos o nariz no livro, e continuamos a ler. Afinal cansou e tomou as folhas do dia, três ou quatro, que ele lia devagar, mastigando as idéias e as paixões. Não esqueçam que estávamos então no fim da Regência, e que era grande a agitação pública. Policarpo tinha decerto algum partido, mas nunca pude averiguar esse ponto. O pior que ele podia ter, para nós, era a palmatória. E essa lá estava, pendurada do portal da janela, à direita, com os seus cinco olhos do diabo. Era só levantar a mão, despendurá-la e brandi-la, com a força do costume, que não era pouca. E daí, pode ser que alguma vez as paixões políticas dominassem nele a ponto de poupar-nos uma ou outra correção. Naquele dia, ao menos, pareceu-me que lia as folhas com muito interesse; levantava os olhos de quando em quando, ou tomava uma pitada, mas tornava logo aos jornais, e lia a valer.
No fim de algum tempo — dez ou doze minutos — Raimundo meteu a mão no bolso das calças e olhou para mim.
— Sabe o que tenho aqui?
— Não.
— Uma pratinha que mamãe me deu.
— Hoje?
— Não, no outro dia, quando fiz anos...
— Pratinha de verdade?
— De verdade.
Tirou-a vagarosamente, e mostrou-me de longe. Era uma moeda do tempo do rei, cuido que doze vinténs ou dois tostões, não me lembro; mas era uma moeda, e tal moeda que me fez pular o sangue no coração. Raimundo revolveu em mim o olhar pálido; depois perguntou-me se a queria para mim. Respondi-lhe que estava caçoando, mas ele jurou que não.
— Mas então você fica sem ela?
— Mamãe depois me arranja outra. Ela tem muitas que vovô lhe deixou, numa caixinha; algumas são de ouro. Você quer esta?
Minha resposta foi estender-lhe a mão disfarçadamente, depois de olhar para a mesa do mestre. Raimundo recuou a mão dele e deu à boca um gesto amarelo, que queria sorrir. Em seguida propôs-me um negócio, uma troca de serviços; ele me daria a moeda, eu lhe explicaria um ponto da lição de sintaxe. Não conseguira reter nada do livro, e estava com medo do pai. E concluía a proposta esfregando a pratinha nos joelhos...
Tive uma sensação esquisita. Não é que eu possuísse da virtude uma idéia antes própria de homem; não é também que não fosse fácil em empregar uma ou outra mentira de criança. Sabíamos ambos enganar ao mestre. A novidade estava nos termos da proposta, na troca de lição e dinheiro, compra franca, positiva, toma lá, dá cá; tal foi a causa da sensação. Fiquei a olhar para ele, à toa, sem poder dizer nada.
Compreende-se que o ponto da lição era difícil, e que o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria a um meio que lhe pareceu útil para escapar ao castigo do pai. Se me tem pedido a coisa por favor, alcançá-la-ia do mesmo modo, como de outras vezes; mas parece que era a lembrança das outras vezes, o medo de achar a minha vontade frouxa ou cansada, e não aprender como queria, — e pode ser mesmo que em alguma ocasião lhe tivesse ensinado mal, — parece que tal foi a causa da proposta. O pobre-diabo contava com o favor, — mas queria assegurar-lhe a eficácia, e daí recorreu à moeda que a mãe lhe dera e que ele guardava como relíquia ou brinquedo; pegou dela e veio esfregá-la nos joelhos, à minha vista, como uma tentação... Realmente, era bonita, fina, branca, muito branca; e para mim, que só trazia cobre no bolso, quando trazia alguma coisa, um cobre feio, grosso, azinhavrado...
Não queria recebê-la, e custava-me recusá-la. Olhei para o mestre, que continuava a ler, com tal interesse, que lhe pingava o rapé do nariz. — Ande, tome, dizia-me baixinho o filho. E a pratinha fuzilava-lhe entre os dedos, como se fora diamante... Em verdade, se o mestre não visse nada, que mal havia? E ele não podia ver nada, estava agarrado aos jornais lendo com fogo, com indignação...
— Tome, tome...
Relancei os olhos pela sala, e dei com os do Curvelo em nós; disse ao Raimundo que esperasse. Pareceu-me que o outro nos observava, então dissimulei; mas daí a pouco deitei-lhe outra vez o olho, e — tanto se ilude a vontade! — não lhe vi mais nada. Então cobrei ânimo.
— Dê cá...
Raimundo deu-me a pratinha, sorrateiramente; eu meti-a na algibeira das calças, com um alvoroço que não posso definir. Cá estava ela comigo, pegadinha à perna. Restava prestar o serviço, ensinar a lição e não me demorei em fazê-lo, nem o fiz mal, ao menos conscientemente; passava-lhe a explicação em um retalho de papel que ele recebeu com cautela e cheio de atenção. Sentia-se que despendia um esforço cinco ou seis vezes maior para aprender um nada; mas contanto que ele escapasse ao castigo, tudo iria bem.
De repente, olhei para o Curvelo e estremeci; tinha os olhos em nós, com um riso que me pareceu mau. Disfarcei; mas daí a pouco, voltando-me outra vez para ele, achei-o do mesmo modo, com o mesmo ar, acrescendo que entrava a remexer-se no banco, impaciente. Sorri para ele e ele não sorriu; ao contrário, franziu a testa, o que lhe deu um aspecto ameaçador. O coração bateu-me muito.
— Precisamos muito cuidado, disse eu ao Raimundo.
— Diga-me isto só, murmurou ele.
Fiz-lhe sinal que se calasse; mas ele instava, e a moeda, cá no bolso, lembrava-me o contrato feito. Ensinei-lhe o que era, disfarçando muito; depois, tornei a olhar para o Curvelo, que me pareceu ainda mais inquieto, e o riso, dantes mau, estava agora pior. Não é preciso dizer que também eu ficara em brasas, ansioso que a aula acabasse; mas nem o relógio andava como das outras vezes, nem o mestre fazia caso da escola; este lia os jornais, artigo por artigo, pontuando-os com exclamações, com gestos de ombros, com uma ou duas pancadinhas na mesa. E lá fora, no céu azul, por cima do morro, o mesmo eterno papagaio, guinando a um lado e outro, como se me chamasse a ir ter com ele. Imaginei-me ali com os livros e a pedra embaixo da mangueira, e a pratinha no bolso das calças, que eu não daria a ninguém, nem que me serrassem; guardá-la-ia em casa, dizendo a mamãe que a tinha achado na rua. Para que me não fugisse, ia-a apalpando, roçando-lhe os dedos pelo cunho, quase lendo pelo tato a inscrição, com uma grande vontade de espiá-la.
— Oh! seu Pilar! bradou o mestre com voz de trovão.
Estremeci como se acordasse de um sonho, e levantei-me às pressas. Dei com o mestre, olhando para mim, cara fechada, jornais dispersos, e ao pé da mesa, em pé, o Curvelo. Pareceu-me adivinhar tudo.
— Venha cá! bradou o mestre.
Fui e parei diante dele. Ele enterrou-me pela consciência dentro um par de olhos pontudos; depois chamou o filho. Toda a escola tinha parado; ninguém mais lia, ninguém fazia um só movimento. Eu, conquanto não tirasse os olhos do mestre, sentia no ar a curiosidade e o pavor de todos.
— Então o senhor recebe dinheiro para ensinar as lições aos outros? disse-me o Policarpo.
— Eu...
— Dê cá a moeda que este seu colega lhe deu! clamou.
Não obedeci logo, mas não pude negar nada. Continuei a tremer muito. Policarpo bradou de novo que lhe desse a moeda, e eu não resisti mais, meti a mão no bolso, vagarosamente, saquei-a e entreguei-lha. Ele examinou-a de um e outro lado, bufando de raiva; depois estendeu o braço e atirou-a à rua. E então disse-nos uma porção de coisas duras, que tanto o filho como eu acabávamos de praticar uma ação feia, indigna, baixa, uma vilania, e para emenda e exemplo íamos ser castigados. Aqui pegou da palmatória.
— Perdão, seu mestre... solucei eu.
— Não há perdão! Dê cá a mão! dê cá! vamos! sem-vergonha! dê cá a mão!
— Mas, seu mestre...
— Olhe que é pior!
Estendi-lhe a mão direita, depois a esquerda, e fui recebendo os bolos uns por cima dos outros, até completar doze, que me deixaram as palmas vermelhas e inchadas. Chegou a vez do filho, e foi a mesma coisa; não lhe poupou nada, dois, quatro, oito, doze bolos. Acabou, pregou-nos outro sermão. Chamou-nos sem-vergonhas, desaforados, e jurou que se repetíssemos o negócio, apanharíamos tal castigo que nos havia de lembrar para todo o sempre. E exclamava: Porcalhões! tratantes! faltos de brio!
Eu, por mim, tinha a cara no chão. Não ousava fitar ninguém, sentia todos os olhos em nós. Recolhi-me ao banco, soluçando, fustigado pelos impropérios do mestre. Na sala arquejava o terror; posso dizer que naquele dia ninguém faria igual negócio. Creio que o próprio Curvelo enfiara de medo. Não olhei logo para ele, cá dentro de mim jurava quebrar-lhe a cara, na rua, logo que saíssemos, tão certo como três e dois serem cinco.
Daí a algum tempo olhei para ele; ele também olhava para mim, mas desviou a cara, e penso que empalideceu. Compôs-se e entrou a ler em voz alta; estava com medo. Começou a variar de atitude, agitando-se à toa, coçando os joelhos, o nariz. Pode ser até que se arrependesse de nos ter denunciado; e na verdade, por que denunciar-nos? Em que é que lhe tirávamos alguma coisa?
- "Tu me pagas! tão duro como osso!" dizia eu comigo.
Veio a hora de sair, e saímos; ele foi adiante, apressado, e eu não queria brigar ali mesmo, na Rua do Costa, perto do colégio; havia de ser na Rua Larga de S. Joaquim. Quando, porém, cheguei à esquina, já o não vi; provavelmente escondera-se em algum corredor ou loja; entrei numa botica, espiei em outras casas, perguntei por ele a algumas pessoas, ninguém me deu notícia. De tarde faltou à escola.
Em casa não contei nada, é claro; mas para explicar as mãos inchadas, menti a minha mãe, disse-lhe que não tinha sabido a lição. Dormi nessa noite, mandando ao diabo os dois meninos, tanto o da denúncia como o da moeda. E sonhei com a moeda; sonhei que, ao tornar à escola, no dia seguinte, dera com ela na rua, e a apanhara, sem medo nem escrúpulos...
De manhã, acordei cedo. A idéia de ir procurar a moeda fez-me vestir depressa. O dia estava esplêndido, um dia de maio, sol magnífico, ar brando, sem contar as calças novas que minha mãe me deu, por sinal que eram amarelas. Tudo isso, e a pratinha... Saí de casa, como se fosse trepar ao trono de Jerusalém. Piquei o passo para que ninguém chegasse antes de mim à escola; ainda assim não andei tão depressa que amarrotasse as calças. Não, que elas eram bonitas! Mirava-as, fugia aos encontros, ao lixo da rua...
Na rua encontrei uma companhia do batalhão de fuzileiros, tambor à frente, rufando. Não podia ouvir isto quieto. Os soldados vinham batendo o pé rápido, igual, direita, esquerda, ao som do rufo; vinham, passaram por mim, e foram andando. Eu senti uma comichão nos pés, e tive ímpeto de ir atrás deles. Já lhes disse: o dia estava lindo, e depois o tambor... Olhei para um e outro lado; afinal, não sei como foi, entrei a marchar também ao som do rufo, creio que cantarolando alguma coisa: Rato na casaca... Não fui à escola, acompanhei os fuzileiros, depois enfiei pela Saúde, e acabei a manhã na Praia da Gamboa. Voltei para casa com as calças enxovalhadas, sem pratinha no bolso nem ressentimento na alma. E contudo a pratinha era bonita e foram eles, Raimundo e Curvelo, que me deram o primeiro conhecimento, um da corrupção, outro da delação; mas o diabo do tambor...

ASSIS, Machado de. Várias Histórias. In: Obra Completa, vol. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.


Obs: vocês podem copiar e colar o texto no word. Depois basta fazer as modificações que quiserem.

Abraço.
Eliana Santos









Texto-fonte:

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Questionário 2 - Romantismo

1. O Romantismo é fruto de que dois grandes acontecimentos da história?

2. Como o nacionalismo se manifesta no Romantismo ?

3. Quando surge o romantismo no Brasil?

4. Por que mudanças passou o Brasil após a chegada da Família Real Portuguesa?

5. Com a independência política em 1822, os intelectuais brasileiros passaram a se dedicar a que propósito?

6. Qua obra marca o início do Romantismo no Brasil?

7. Quais os principais gêneros literários cultivados pelo Romantismo?

8. Quais as gerações românticas da poesia?

9. Explique a relação existente entre burguesia e a forma literária 'romance'?

10. O projeto de construção de uma cultura brasileira independente exigia que fatores dos escritores?

11. Que tipos de romances existiam durante o Romantismo?

12. No romance indianista o índio era o heroi, e o negro, por que não se tornou heroi?

Obs: as respostas para essas questões encontram-se nas páginas 9-13 e 18-19 do módulo.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Veja o que uma vírgula pode fazer com você..

Sobre a Vírgula ( , )

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.

Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo.

ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

Detalhes Adicionais:

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO
À SUA PROCURA.

Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER.

Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM.

10 mandamentos para fazer uma boa redação

Conhecemos os 10 mandamentos de Deus que nos alerta sobre pecados que atrapalham nossa vida e podem ter consequências gravíssimas! Assim também acontece na redação, há erros bastante cometidos pelas pessoas, sem maiores preocupações! Mas é bom ficar alerta, pois o julgamento das bancas é rigoroso e não há ninguém que possa corrigir seus erros depois! Então, em um trocadilho com as leis bíblicas, o ideal é se arrepender enquanto pode e não cometê-los mais!


Vejamos os dez mandamentos para que sua redação supreenda a banca:

1) Não escreva difícil, usando palavras para parecer que sabe de tudo! Prefira uma linguagem mais simples. Não falo aqui do uso de coloquialismo, sem restrições!

2) Críticas sem fundamento, sem objetivo não devem ser feitas. A análise sobre algo deve ser realizada baseada em fatos, acontecimentos reais. Sempre aponte soluções coerentes para os problemas levantados.

3) Uso de palavrões, jargões, gírias e coloquialismo é proibido!

4) A linguagem do msn ou orkut deve ficar em casa. Nunca abrevie palavras: vc, qdo, msm, dentre outras. Exceção: etc.

5) Não faça repetição desnecessária de palavras! O texto fica enfadonho e pobre, pois o leitor verá que você não tem muita leitura, uma vez que não tem muito vocabulário. Use sinônimos: menina, garota, criança, guria.

6) Não “encha linguiça”, como dizem! Uns dizem coisas sem sentido, outros falam a mesma coisa várias vezes, de vários modos. Seja objetivo, claro. Melhor qualidade do que quantidade. No entanto, processos seletivos exigem o mínimo de 15 linhas. Escreva sobre algo que você tenha conhecimento. Baseie-se (não copie) em um texto da coletânea, nas ideias expostas ali. Faça um parágrafo para introdução, um para o desenvolvimento e um para a conclusão, pelo menos!

7) Não esqueça a cedilha no “c”, o cortado do “t”, o pingo do “i”, as letras maiúsculas em nomes próprios!

8) Coloque ponto final! Começou um novo argumento, uma nova ideia? Coloque ponto final e não vírgula! Os períodos ficam tão confusos que o leitor não sabe nem mais qual é o assunto inicial ou quem é o sujeito do período!

9) Faça a concordância verbal. Se o sujeito está no plural, o verbo também deverá estar! Ficou em dúvida? Leia a oração e identifique o sujeito, quem pratica a ação.

10) Releia o texto! É impossível tentar organizar melhor o texto, corrigir os erros e tirar nota boa sem reler o que se escreveu! Detalhe: Coloque-se no lugar de um leitor que não sabe nada sobre o assunto abordado em seu texto e se pergunte: Será que ele entenderia sobre o que estou escrevendo e o meu ponto de vista?

Saiba que mandamentos foram feitos para serem seguidos, mas não como obrigação ou por imposição, mas para nosso bem! Pense nisso!

Por que a estética do texto é tão importante?

Perguntar por que a estética textual é importante em um texto é o mesmo que perguntar por que tomamos banho, lavamos ou escovamos os dentes? É uma questão de cuidado e se a pessoa não costuma fazer isso, é tida como desleixada.

Com a redação também é assim: a impressão que dá quando o corretor vê um texto contínuo, sem pontuação e sem paragrafação, é a de que o escritor não teve o mínimo cuidado ao escrever o texto e tampouco estava se importando com o leitor. É como acontece quando alguém vai receber uma visita em casa e não se importa em deixar as coisas arrumadas.


Além disso, a estética também é quesito de pontuação em qualquer processo seletivo, claro, pois ninguém gosta de ler um texto mal organizado, nem mesmo os que são pagos para isso!


Então, vejamos o que você precisa verificar quanto ao visual de sua redação:


Primeiramente, observe o título e confira se o mesmo está escrito com letra maiúscula inicial, independente do que seja (artigo, preposição). Por exemplo: A abelha Léia. Claro, nomes próprios ou de lugares e siglas são escritos obrigatoriamente em letra maiúscula. Lembre-se que título não possui pontuação final!


Em segundo lugar, veja se todos os parágrafos possuem o espaçamento devido (largura de um dedo) e se todos estão na mesma altura. A paragrafação é fundamental, pois estabelece a estrutura visual que aponta para a divisão obrigatória do texto dissertativo: introdução,
desenvolvimento e conclusão. Temos que o parágrafo inicial é a introdução, o último a conclusão e os demais são as argumentações que fazem parte do desenvolvimento.

O mínimo de parágrafos proposto a uma dissertação é de três, um para cada parte do texto. Contudo, é bom seguir o mínimo de 15 linhas e máximo de 30, adotados pela maioria dos vestibulares.


Em terceiro, observe se as ideias estão divididas de acordo com a distinção entre elas, ou seja, para cada nova abordagem, um novo parágrafo. Contudo, é necessário que exista uma ligação entre os argumentos expostos, caso contrário, a coesão não existirá.


Como quarto item, não rasure! Contudo, caso aconteça, faça um risco em cima da palavra e coloque-a entre parênteses.


Por último, observe atentamente sua letra, pois ela é o cartão de visita! Verifique se há alguma letra que não está legível! Não tenha você por base, coloque-se no papel de um leitor que nunca viu um texto seu e analise os termos que realmente podem causar equívocos! Se achar melhor, escreva em letra de fôrma, pois também é aceita em concursos.


Lembre-se que a ilegibilidade pode anular sua redação!

Considerações gerais - Romantismo

O Romantismo foi marcado por dois acontecimentos históricos importantes: as Revoluções Industrial e Francesa. A vida social estava dividida: a burguesia industrial e o surgimento da classe operária, os proletariados.

A burguesia ganhava poder e o capitalismo se desenvolvia cada vez mais, enquanto os impérios feudais e a aristocracia que dependia deles encontrava-se em situação de calamidade. Era o fim do absolutismo na Europa, causado pelos dois movimentos revolucionários, citados anteriormente, e o início da industrialização, que se espalhou por toda Europa.

O ideal da Revolução Francesa de liberdade, igualdade e fraternidade alcançou a América Latina e foi um marco para um período de independência nas colônias da Espanha e Portugal. Assim, temos as independências de: Paraguai, Argentina, Venezuela, Chile, Equador, Peru, México, Brasil, América Central, Bolívia e Uruguai.

Já na literatura, a fase romântica rompe com a tradição clássica, imposta pelo período árcade, e apresenta novas concepções literárias, dentre as quais podemos apontar: a observação das condições do estado de alma, das emoções, da liberdade, desabafos sentimentais, valorização do índio, a manifestação do poder de Deus através da natureza acolhedora ao homem, a temática voltada para o amor, para a saudade, o subjetivismo.

Os principais autores românticos no Brasil são:

• Poesia: Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire, Fagundes Varela, Castro Alves, Sousândrade.

• Prosa: Joaquim Manuel de Macedo, Manuel Antônio de Almeida, José de Alencar





Acento circunflexo - Mudanças

O que muda:

1. Não existe mais acento circunflexo nas formas verbais paroxítonas que possuem o “e” tônico fechado em hiato na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo. Isso ocorre com os verbos: crer, dar, ler, ver e seus derivados, como: prever, reler, descrer, etc.

Assim, o certo era: crêem, dêem, lêem, vêem, relêem, prevêem.

Agora, fica: creem, deem, leem, veem, releem, preveem.

Importante: A acentuação dos verbos ter e vir e seus derivados não modifica: eles têm, eles vêm.

2. De igual modo, o acento circunflexo deixa de existir na vogal tônica “o” de palavras paroxítonas, assim como: enjoo, povoo, voo, abençoo, perdoo.

3. O acento circunflexo ou agudo será aceito em palavras proparoxítonas, cujas vogais tônicas sejam “e” ou “o” no final de sílaba e seguidas nas consoantes nasais “m” e “n”, conforme a pronúncia na norma culta.

Por exemplo: a palavra fenômeno/fenómeno tem a vogal tônica “o” que termina a sílaba “no” (fe –no- me- no), a qual é seguida da consoante nasal “m” (me), assim, este vocábulo poderá vir grafado ou com acento circunflexo ou com agudo, dependendo da língua culta. Dessa maneira, no Brasil a pronúncia culta é feita com timbre fechado e, portanto, é mais certo que acentuemos tal palavra com circunflexo: fenômeno.

De acordo com essa regra acima, também podemos apontar: acadêmico/académico, gênero/género, tônico/tónico, blasfêmia/blasfémia, fêmea/ fémea, anatômico/anatómico, gênio/génio, tênue/ténue, cômodo/cómodo, Amazônia/Amazónia.

O que não muda:

1. As palavras oxítonas terminadas com vogais tônicas “e” e “o” fechadas, seguidas ou não de “s” continuam sendo acentuadas: dê, dês (do verbo dar), lê, lês (do verbo ler), português, você(s), pôs (do verbo pôr), avô.

2. As formas verbais oxítonas conjugadas com os pronomes clíticos (la(s), lo(s)), terminam nas vogais tônicas fechadas (e, o) e continuam recebendo acento gráfico, após a perda das consoantes finais –r, -s ou –z: detê-lo (do verbo deter), fazê-la (do verbo fazer), vê-la (do verbo ver), fê-lo (do verbo fazer).

3. Continuam sem acento de distinção as palavras de mesma grafia: colher (ê), verbo e colher (é), substantivo; cor (ô), substantivo e cor (ó) da locução “de cor”: Sei isso de cor!

Além destes, há ainda: acerto (ê), substantivo e acerto (é), flexão do verbo “acertar”; acordo (ô), substantivo e acordo (ó), flexão do verbo “acordar”; piloto (ô), substantivo e piloto (ó), flexão do verbo pilotar e assim por diante.

Importante: A forma verbal pôr permanece acentuada para distinguir da preposição por. Assim também acontece com pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo) para se diferenciar de pode (presente do indicativo).

4. No caso dos verbos ter e vir a acentuação não muda no plural: elas têm, eles vêm. No caso de seus derivados, acontece o mesmo, só que neste caso o acento aguda prevalece nas palavras com mais de uma sílaba no singular: ela detém, ele retém, ela entretém, ele detém.

Antes de explicitar o que muda no acento agudo, vamos ratificar duas significações: ditongo e hiato. O primeiro é o encontro de duas vogais pronunciadas em um único som, já o segundo é a sequência de vogais pertencentes a sílabas diferentes.

O acento agudo deixa de existir em alguns poucos casos, vejamos:

• Paroxítonas:

1. Nas palavras paroxítonas, ou seja, nos vocábulos cuja tonicidade recai na penúltima sílaba, os ditongos abertos ei e oi que eram acentuados, não são mais. Este fato é justificado na existência de oscilação entre a abertura e fechamento na articulação destas palavras. Assim, alguns termos que hoje se escreve de um jeito, tomam novos formatos ortográficos, como: assembleia, ideia, jiboia, proteico, heroico, etc. Já outros, continuam como são: cadeia, cheia, apoio, baleia, dezoito, etc.

Porém, o acento agudo permanece nas oxítonas (vocábulos cuja tonicidade incide na última sílaba) e nos monossílabos tônicos com ditongos abertos –éi, -éu ou oi, seguidos ou não de –s: papéis, herói, remói, anéis, ilhéus, chapéu, etc.


2. Nas palavras paroxítonas com hiatos formados com i e u, sendo que a vogal anterior a estas faz parte de um ditongo, ou seja, quando são precedidas de ditongo. Dessa forma: feiúra passa a ser feiura, baiúca passa a ser baiuca.

Entretanto, as vogais i e u, oxítonas ou paroxítonas, continuam a ser acentuadas se a vogal que antecede estas não formar ditongo: saída, cafeína, egoísmo, baía, ciúme, recaída, sanduíche, Piauí, etc.

3. Nos verbos em que o acento tônico incide na raiz, com as consoantes g ou q precedendo a vogal tônica u. É o caso de: arguir e redarguir: arguo, arguis, argui, arguem, e assim por diante.

Caso do Hífen

Não se emprega o hífen:

1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se em r ou s. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antirreligioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia, microrradiografia, etc.

2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoescola, infraestrutura, etc.

3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos des- e in- e o segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, inábil, desabilitar, etc.

4. Nas formações com o prefixo co-, mesmo quando o segundo elemento começar com o: cooperação, coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.

5. Em certas palavras que com o uso adquiriram noção de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedista, etc.

6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfeito, benquerer, benquerido, etc.

Emprega-se o hífen:

1. Nas formações em que o prefixo tem como segundo termo uma palavra iniciada por h: sub-hepático, eletro-higrómetro, geo-história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, super-homem.

2. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina na mesma vogal do segundo elemento: micro-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.

Obs: O hífen é suprimido quando para formar outros termos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.

Casos em que o uso do hífen não muda:

1. Em palavras compostas por justaposição que formam uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem para formam um novo significado: tio-avô, porto-alegrense, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, azul-escuro.

2. Em palavras compostas por espécies botânicas e zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, eva-do-chá, abóbora-menina, erva-doce, feijão-verde.

3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-casado, aquém-fiar, etc.

4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algumas exceções continuam por já estarem consagradas pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará.

5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, Alsácia-Lorena, etc.

6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super- quando associados com outro termo que é iniciado por r: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc.

7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex- diretor, ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito.

8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: pré-natal, pré- escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.

9. Na ênclise e tmese: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abraça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.

Opinião

Qual sua opinião sobre os escândalos de abuso sexual envolvendo sacerdotes da Igreja Católica?

Profissão: Arquivologia

Profissão: Arquivologia

Lorena Caliman | A Tarde On Line

“A profissão é regulamentada há muitos anos, desde 1968. Porém, só em 1998 começamos a ter o curso de Arquivologia na Bahia”. O contexto social apresentado pela professora Aurora Freixo, coordenadora do curso na Universidade Federal da Bahia (Ufba), esclarece um pouco o por quê de tanta gente desconhecer ou ter curiosidade sobre o que é e o que faz um profissional do ramo. É comum ouvir pessoas confundindo o papel do bibliotecário com o do arquivista. Mas para quê serve o profissional especializado em arquivos, afinal?

“A gente é multiuso”, diz o graduando em Arquivologia no Instituto de Ciências da Informação (ICI) da Ufba Rafael Botelho, 26, que trabalha no Arquivo Público da Bahia na área de Tecnologia da Informação. Um dos pontos fortes do curso, destacado por ele e por suas colegas Fernanda Linhares, 22, e Lorena Macambira, 21, é exatamente o leque de opções de trabalho para o profissional. Restauração de documentos, gerenciamento de conteúdo, consultoria, transcrição de arquivos, avaliação de documentação das organizações, levantamento de dados e indexação são algumas das funções lembradas por eles.

Para isso, o estudante precisa ter algumas características específicas, como enumera a coordenadora do curso: organização, saber lidar com tecnologias, ter consciência da responsabilidade da profissão, senso crítico e boa capacidade de criar e executar políticas de gerenciamento.

Muitas dessas funções acabavam sendo exercidas pelos bibliotecários, lembra a professora Aurora. Porém, nos últimos anos o que se tem percebido é um crescimento da área no que diz respeito à procura de profissionais especializados em lidar com arquivos, seja em empresas públicas ou privadas.

Formação – O curso da Ufba recebeu um novo projeto pedagógico no ano de 2009, passando a contar com uma nova carga horária, mais flexível, para que os alunos possam criar sua própria trajetória dentro da graduação. Com a mudança, foi diminuída a quantidade de disciplinas obrigatórias e aumentada a de optativas. O curso é feito num mínimo de quatro e máximo de oito anos. A graduação da Universidade Federal da Bahia é a única disponível no estado e dispõe de 90 vagas por ano: 45 para o turno matutino e 45 para o noturno, este último tendo sido criado recentemente, com o advento do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).

Quando ingressou no ICI, Fernanda Linhares não sabia muito bem se o curso ia lhe agradar: segundo conta, ela na verdade gostaria, na época, de cursar Jornalismo. Na primeira tentativa, Fernanda não conseguiu a aprovação. No ano seguinte, quando estava para se decidir o que faria, uma tia sua que estava perto de se formar em Arquivologia a aconselhou a pesquisar sobre o curso e tentar ingressar nele. Isso porque a concorrência era menor no vestibular e a estudante achava que não teria tempo suficiente para dedicar aos estudos, já que estava trabalhando.

Como conta Aurora, muitos estudantes entram no curso sem conhecer muito bem a profissão e quando começam a conhecer, muitos acabam se encantando com as possibilidades da área. Foi o que aconteceu com Fernanda. Ela lembra que logo no primeiro semestre, uma professora fez com que os alunos pesquisassem bastante sobre Arquivologia, o que levou-os a entender melhor com o que iriam lidar. “Me apaixonei e não quero mais fazer outra coisa na vida”, conta.

Já sua colega, Lorena Macambira, fez um percurso um pouco diferente: foi pesquisando sobre o programa curricular do curso de História no site da Universidade Católica do Salvador (Ucsal) que ela encontrou uma disciplina de Arquivologia. Ficou curiosa, pesquisou, achou a proposta interessante e descobriu que havia a graduação na Ufba. Fez o vestibular e passou, ingressando no mesmo semestre que Fernanda. Hoje, as duas atuam no Diretório Acadêmico do Instituto de Ciências da Informação e estão no quinto semestre.

Mercado – Nos últimos anos, houve um grande crescimento na quantidade de informação produzida e nas formas de se trabalhar com ela, sobretudo com o alcance da internet. Isso repercutiu na profissão e na valorização do arquivista, resultando em maior quantidade de oportunidades oferecidas para trabalhar na área. “Hoje, o setor público é o que mais tem aberto espaços para o arquivista. Tem disponibilizado muitas vagas, sobretudo em nível federal”, relata Aurora.

Apesar disso, ainda há a questão de que pessoas de fora da área continuam trabalhando no papel de arquivistas nas instituições, dificultando o ingressos dos profissionais especializados. Persiste, também, um certo desconhecimento em relação às áreas em que um profissional como esse pode atuar: para Rafael Botelho, que durante todo o período da sua graduação voltou suas atenções à área da Tecnologia da Informação, as empresas não veem o arquivista como alguém que possa atuar nesse ramo, ainda que existam, na própria faculdade, disciplinas que ajudem a se especializar no assunto.

Além da graduação, Botelho chama a atenção para a possibilidade de os interessados participarem de cursos de extensão e mesmo uma pós-graduação numa área relacionada, como a que ele escolheu. “Hoje, mesmo que um documento exista em papel, a pesquisa é feita em formatos digitais”, pontua ele.

Regulamentação – Apesar do crescimento, algumas necessidades colocadas pelos arquivistas ainda não estão completamente satisfeitas, como a existência de um Conselho Federal. Segundo Lorena, que participa de um grupo de pesquisa relacionado a comunicação e política, as leis que regulamentam a profissão e o trabalho com os arquivos não são muito conhecidas por quem não é da área. Ou seja, os empresários que contratam arquivistas muitas vezes não dão a valorização necessária, até mesmo por não compreenderem a complexidade do trabalho. “Eles acham que a gente faz milagre”, brinca Rafael, referindo-se ao fato de que muitas empresas chamam arquivistas para trabalhar quando a situação do arquivo já está bem complicada.

Para Fernanda, que já atua na área estagiando no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), "as pessoas esquecem que a documentação é a vida da instituição". Segundo ela, muitos administradores de empresas não têm uma noção clara de como manter o acervo. “A conscientização [sobre a importância do arquivo] que há, hoje, dentro de algumas empresas é resultado de um trabalho árduo por parte dos arquivistas”. Para os alunos, isso é importante sobretudo por conta da responsabilidade: esses profissionais respondem diretamente pelo arquivo das instituições, inclusive no âmbito judicial.

Mesmo com a conhecida responsabilidade, os alunos do ICI ressaltam que o salário médio do profissional ainda não corresponde às expectativas. No site da Associação dos Arquivistas da Bahia (AABa), há uma recomendação de salários de base, que varia de acordo com o tempo de formação. Por exemplo, com até dois anos de graduado, o arquivista que trabalhe 40 horas semanais deve receber 4 salários mínimos; se tiver três ou mais anos de formado, a base sobe para 5 salários. Contudo, segundo Fernanda, a tabela ainda não é cumprida em todas as instituições.

Os pontos fortes da profissão apontados pelos alunos, contudo, superam eventuais insatisfações com a carência de regulamentação que ocorre em qualquer área que seja encarada como nova. A quantidade de concursos (que oferecem, inclusive, bons salários), a expansão da área e sua crescente visibilidade, o reconhecimento da importância do trabalho e a quantidade de opções de atuação continuam sendo os melhores motivos para um jovem ingressar nessa especialidade.

| Onde estudar |

Existem somente 14 cursos de Arquivologia no Brasil, sendo que o curso da Ufba é o primeiro do Norte e Nordeste.

Instituto de Ciência da Informação (ICI) – Universidade Federal da Bahia

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO

Universidade Federal Fluminense - UFF

Universidade Federal de Santa Maria - UFSM

Universidade Federal do Espírito Santo - UFES

Universidade de Brasília - UNB

Universidade Estadual de Londrina - UEL

Universidade Estadual Paulista - UNESP/MARÍLIA

Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Universidade Estadual da Paraíba - UEPB

Universidade Federal do Amazonas - UFAM

Universidade Federal do Rio Grande - FURG

Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Universidade Federal Santa Catarina - UFSC

Fonte: Jornal A tarde. Acesso em 28/05/2010.

Calendário - Vestibular UFBA 2011

Calendário Vestibular 2011
Maio 2010

10.05 - Publicação do edital de isenção
18 a 27.05 - Pedido de Isenção de taxa

Agosto 03 a 22.08 - Inscrição no Vestibular para todos os candidatos
Novembro 14 e 15.11 - provas da 1ª fase
Dezembro 12 a 17.12 - Provas da 2ª fase
Janeiro 2011 Resultado
Fevereiro 2011 Matrícula

Questionário 1 - Arcadismo

Para médio A e B matutino e A vespertino

1. Quais as transformações político-sociais do século XVIII na Europa?

2. Por que o Arcadismo é também conhecido como Neoclassicismo?

3. Que obra inaugurou o Arcadismo no Brasil?

4. Explique a expressão 'Arcádia'.

5. Qual a condição do intelectual brasileiro no século XVIII?

6. Que estado era o centro de produção literária do Arcadismo?

7. Cite e comente os lemas árcades.

8. Qual a contribuição dos escritores árcades à Inconfidência Mineira?

9. Quem são os dois principais autores árcades?

10. Do grupo dos inconfidentes, apenas quam não era escritor?

Assuntos da 2ª avaliação

Literatura:

Arcadismo
Romantismo

Redação:

Texto informativo

Gramática:

Substantivo (classificação, gênero e número);

Adjetivo (classificação, gênero e número);

Artigo (definidos e indefinidos);

Pronomes pessoais;

Verbo (presente, pretérito perfeito e imperfeito, futuro do presente e futuro do pretérito... do modo Indicativo);

Advérbio.

Obras literárias - UFBA 2010

Obras Literárias e fílmicas - Vestibular UFBA 2010 e 2011 - Prova de Português da 1ª e 2ª fase.

Estão sendo indicados os seguintes autores e obras literárias, para os Vestibulares de 2010 e 2011:

1ª Fase

· Joaquim Manoel de Macedo - As vítimas algozes
· Eça de Queirós - A correspondência de Fradique Mendes
· Graciliano Ramos - Vidas secas
· Antônio Callado - Quarup
· Cadernos Negros; Os melhores poemas (antologia publicada pelo Fundo Nacional de Cultura/MinC)
· José de Alencar - Senhora

2ª Fase

· Joaquim Manoel de Macedo - As vítimas algozes
· Eça de Queirós - A correspondência de Fradique Mendes
· Graciliano Ramos - Vidas secas
· Adonias Filho - O largo da Palma
· Antônio Callado - Quarup
· José de Alencar - Senhora
· Mário de Andrade - Macunaíma
· Cadernos Negros; Os melhores poemas (antologia publicada pelo Fundo Nacional de Cultura/MinC)
· Mia Couto - O último vôo do flamingo
· Italo Moriconi (org) - Os cem melhores poemas brasileiros do século.

Filmes (apenas 2ª fase - CPL):

· A invenção do Brasil - Guel Arraes
· Cidade de Deus - Fernando Meireles
· Deus e o diabo na terra do sol - Glauber Rocha
· O baile perfumado - Lírio Ferreira e Paulo Caldas
· Diários de motocicleta - Walter Salles Jr.
· O homem que copiava - Jorge Furtado
· O que é isto, companheiro? - Bruno Barreto
· Adeus, Lenin - Wolfganger Becker
· Faça a coisa certa - Spike Lee
· O crime do padre Amaro - Carlos Carrera

Apresentação

Português em construção é um blog que se destina aos amantes ou apenas usuários da língua portuguesa em seus diversos aspectos: literatura, produção de textos ou gramática. Inicialmente, este site será de grande valia para meus alunos do CEP - Centro de Educação Permanente. A partir deste, eles terão informações relevantes para nossas aulas, como também, atividades e notícias interessantes sobre os conteúdos abordados em sala de aula. No mais, desejo desde já bons estudos.
Um abraço. Eliana Santos